«A poesia é o luxo necessário. Acabo de definir a poesia, reparem: o luxo absolutamente necessário. É uma contradição, mas é justamente assim que quero definir a poesia.»

George Steiner
entrevistado por Beata Cieszynska e José Eduardo Franco, Revista Ler nº 100, Março de 2011

13 comentários:

A disse...

É uma bela definição Ana. Na minha opinião, nem chega a ser totalmente uma contradição...há tantas coisas simples e aparentemente desnecessárias na vida, que passamos a encarar como absolutamente preciosas e fundamentais quando nos faltam. E esse é, de facto, uma força da poesia: a capacidade de nos fazer sentir completos, nem que por apenas o tempo breve de uma leitura.

A braço

Ana Jerónimo disse...

«há tantas coisas simples e aparentemente desnecessárias na vida, que passamos a encarar como absolutamente preciosas e fundamentais quando nos faltam»: é verdade isto.
A privação, a ausência podem revelar ou acentuar a necessidade, a importância.
Pessoalmente, sinto a contradição ligada à poesia; e, mais do que a contradição, a ambivalência, que, a meu ver, não debilita a poesia. Ao contrário, pode mesmo ser uma das suas forças e habita também nessa capacidade de casar completude e brevidade, permanência e efemeridade.
Isolei esta definição, porque, aos meus olhos, é robusta e válida assim mesmo e por si só.
De qualquer maneira, deixo aqui o contexto:
«(…)A poesia, nomeadamente a de pendor mais interventivo, é uma forma de contestação?
Também é, sim. Não nos esqueçamos que nunca os poetas tiveram tanta importância, tanto poder, como no meio do horror que foi o estalinismo. Estaline temia Akhmatóva, tinha-lhe muito medo. Não se atreveu a tocar em Pasternák. O estatuto do poeta, o estatuto do grande escritor era sagrado; o grande poeta, o grande escritor, intocáveis. A poesia é o luxo necessário. Acabo de definir a poesia, reparem: o luxo absolutamente necessário. É uma contradição, mas é justamente assim que quero definir a poesia.»

Obrigada por teres passado e deixado a tua impressão.

Abraço
Ana

Carla Diacov disse...

um luxo!


adorei tudo aqui!



beijos seguindo-te!

Ana Jerónimo disse...

Carla,

um luxo as palavras que aqui deixas.

Obrigada. Bem-vinda.

Beijo
Ana

Carla Diacov disse...

Ai que teu sítio é mesmo um ramo com ninho, esse luxo absolutamente necessário...
beijinhos seguindo-te, linkando-te, devorando-te com os olhos!

josé carolina disse...

Ana, quem aqui me trouxe me fez um tão bem, que antes o bem absoluto já assim me fazia, mas e mais agora este: o bem, quem me faz, mo fez em crescente aqui.
Sendo que tudo em crescente há aqui. Há tempo que um lugar tanto não me alegrava.
Fico aqui, em ficando.

Ana Jerónimo disse...

Viva! Carla

Obrigada por voltares. Fico contente por te sentires bem por aqui.

Beijitos
Ana

Ana Jerónimo disse...

«Sendo que tudo em crescente há aqui.»: tão bom isto, tão em crescente também, tão generoso. Muito obrigada, Carolina. Sê muito bem-vinda.

Abraço
Ana

Carla Diacov disse...

Ana, ando aninhando dias entre as tuas palavras e a tua discrição (a que era uma próxima vez) comove essa goela trazendo-me minhoquinhas.

josé carolina disse...

Cê não volta mais, Ana?

Ana Jerónimo disse...

Não sei, Carolina.
Esta é a resposta que consigo dar.
Desejo voltar. Não sei quando.

Obrigada pela passagem.

Abraço
Ana

Carla Diacov disse...

volta!

Carla Diacov disse...

volta! <3