tag:blogger.com,1999:blog-15922361540762143902024-02-20T15:04:44.836+00:00ramo com ninhoAna Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.comBlogger62125tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-34466649629459843012011-03-21T14:08:00.000+00:002011-03-21T14:08:27.782+00:00«A poesia é o luxo necessário. Acabo de definir a poesia, reparem: o luxo absolutamente necessário. É uma contradição, mas é justamente assim que quero definir a poesia.»
George Steiner
entrevistado por Beata Cieszynska e José Eduardo Franco, Revista Ler nº 100, Março de 2011Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-69082538657923765062011-03-09T18:08:00.000+00:002011-03-09T18:08:24.953+00:00O Pão<!--[if gte mso 9]> Normal 0 21 false false false PT X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 <![endif]--><!--[if gte mso 9]>Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-34802698303896630862011-01-13T12:17:00.000+00:002011-01-13T12:17:36.427+00:00A discrição era uma próxima vez<!--[if gte mso 9]> Normal 0 21 false false false PT X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 <![endif]--><!--[if gte mso 9]>Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-9135693374367163492011-01-09T16:05:00.000+00:002011-01-09T16:05:48.267+00:00O consultório. Ou a pastelaria.<!--[if gte mso 9]> Normal 0 21 false false false PT X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 <![endif]--><!--[if gte mso 9]>Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-77544417832116552492011-01-07T23:10:00.000+00:002011-01-07T23:10:52.847+00:00Estado das coisas<!--[if gte mso 9]> Normal 0 21 false false false PT X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 <![endif]--><!--[if gte mso 9]>Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-61916720128189485792010-12-08T12:26:00.000+00:002010-12-08T12:26:16.592+00:00Aquilino<!--[if gte mso 9]> Normal 0 21 false false false PT X-NONE X-NONE MicrosoftInternetExplorer4 <![endif]-->A limpidez da porta
pede para ser puxada: a transparência fere a frieza vidrenta da transparência fere. O meu nariz não gosta. <!--[if gte mso 9]>Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-25210918870290119572010-11-29T14:26:00.001+00:002010-11-29T14:28:14.575+00:00ipsis verbismorre entrevado
e com uma solidão:
eis a derrota
que não concebe
perdoar ao corpo
venha a laje
desça a manta
redija-se a terra
(como se escreve
uma flor?)Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-72789757683459389262010-11-21T17:23:00.000+00:002010-11-21T17:23:45.569+00:00InverniaFalavas-me de coisas fundamentais
das que mudam aquilo
a que comummente se chama vida
e eu cometi uma traição - a pior de todas.
Eu: faca nas minhas costas, que mal lhes chego
para me coçar das impurezas, que quase
as esqueço na dilatação dos banhos.
Falavas-me de coisas fundamentais
das que mudam aquilo
a que comummente se chama vida
e eu a cravar-me de maneira convincente
de um jeito tãoAna Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-75540901606828123222010-11-15T15:58:00.001+00:002010-11-15T15:59:52.769+00:00StandardUm figo apodrece como os outrossei disso e sondo-lhe os destroços (oferendas inequívocas para minha contemplação).
Um figo comigo no chãobolorece como os outroscomo os outros figoscomo os outros outros.
Locomotivas vãs a caminhodas fronteiras - finaspernas de flamingoclaves de sol posto
em migração.Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-5165529456171591942010-10-19T22:34:00.004+01:002010-11-03T12:38:38.868+00:00Dois uns num espaço sem nomeSicrano – Se eu cair redondo não faço mais que o meu dever. Concluído o processo de cicatrização, ponho-me como erva-milhã, em marcha horizontal. Beltrano – Cair redondo é um processo? Quais são as fases? Quero deslindar isso antes de saber da cicatrização.Sicrano – Cala-te.Beltrano – Sublinha-se a técnica quando a naturalidade é coisa de antes, coisa bebida e cuspida.Sicrano – Cala-te.Beltrano Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-84062727332563656952010-10-09T10:44:00.003+01:002010-11-02T21:48:59.541+00:00os olhos na fé de um teatro qualquer
Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-66509150420336964642010-09-27T22:25:00.002+01:002010-11-15T16:13:06.434+00:00DE PROFUNDISo que os homens uns aos outros trocam, se escondem curva pouco a pouco escurecendo os ossos, até ser uma lâmpada única, um despojo rosas (digamos rosas): nascem sem nome:dentro do nome florescem, se tornam fusíveis do silêncio que morde do avessoa pálpebra deserta, o que os homens
dividem na sombra, o espessocoração debruçadolanternas (digamos) oscilando no átrio, salivaescorrendo dos olhos, atéAna Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-84739080625366795022010-09-19T12:22:00.000+01:002010-09-19T12:22:54.074+01:00«não pretendo escrever uma ode ao desalento, mas sim vangloriar-me tão efusivamente quanto o galo doméstico no poleiro pela manhã, apenas para a acordar os meus vizinhos.»
«dou por mim subitamente vizinho dos pássaros, não por ter aprisionado algum, mas por me ter engaiolado perto deles.»
Henry David Thoreau, Onde Vivi e Para que Vivi, Quasi Edições, 2008Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-39515016882379124702010-08-28T01:47:00.001+01:002010-08-28T01:47:38.830+01:00ulular FM ou um silêncio ou um desejo ou um silêncio ou um desejo ou um silêncio FMum desejo ouvido
na frequência da rádio
pirata de nascença
é um silêncio FM
vadio numa geração
de gritos
guerreiros: vibram
a versatilidade
de um acordeão
sob a botânica de papel
de uma festa pop
ular.Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-22673723368074801192010-08-28T01:45:00.002+01:002010-10-08T22:33:05.668+01:00Pretérito imperfeitoUma vez disseste-me: a morte é uma máquina de escrever. E eu acreditei. Fui comprar uma máquina de escrever. Queriam pronto pagamento. O dinheiro não chegava. Exclamei merda. Raio de merda para se exclamar quando se quer morrer e não se pode pagar a pronto. Para que vejas o ponto a que cheguei. As minhas exclamações são uns balões. Uns balões muito vazios nos últimos tempos, muito pouco Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-433211745614774112010-08-13T01:33:00.001+01:002010-08-13T01:33:15.863+01:00Fruto preso à lupaNa morte entorpecida a um canto da caixa
deixo um dos braços e mudo de chão.
(O vértice do mundo silencioso, agora.)
Detenho-me em auscultações, preparo rotas
premedito à lupa do peito muito atado.
Acorda o sossego um clarinete à revelia
vagas volúveis desembaraçam notas:
desvendam-me o fruto preso em nós náuticos.
(A maresia do mundo inodora, já.)
Retorno à intersecção de dois planos rugososAna Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-38428085306036498092010-07-28T14:21:00.007+01:002010-07-28T14:25:29.503+01:00as tentativas
Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-66042999075755272002010-07-26T09:14:00.000+01:002010-07-26T09:14:26.063+01:00Como um homemNas células tónicas das plantas
há um elemento – aquele
que faz versos – posposto
por desconhecer se de si
se há-de produzir gavinha ou raiz.
Como um homem que sai
do seu órgão muscular
agente principal
da circulação do sangue
só porque parece mal
terminar um verso em ão.Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-1882461053133758802010-07-20T21:30:00.001+01:002010-07-20T21:31:43.458+01:00Agora
<!--
/* Font Definitions */
@font-face
{font-family:"Cambria Math";
panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;
mso-font-charset:1;
mso-generic-font-family:roman;
mso-font-format:other;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:0 0 0 0 0 0;}
/* Style Definitions */
p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal
{mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
marginAna Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-47005697038383056202010-07-12T01:42:00.001+01:002010-07-12T01:44:31.916+01:00Cantava meu avôContava meu avô: desilude muito a lucidez.
Tu não és o silêncio nem conheces o silêncio
cantava meu avô. No dia em que vendi o juízo
a um mercador ambulante soube meu avô
findo cumprido nas contas de um rosário
unguento seu para juras de amor e escárnio.
Era um tempo de contar e de rasgar. Rasguei
joelhos contei formigas rasguei os sorrisos
contei cantigas de cigarras, que do silêncio
nem a noiteAna Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-81636873146928884772010-06-15T02:48:00.001+01:002010-06-15T02:48:37.919+01:00PulmonarNesse castelo de dentro
nenhum bafo quente mora
nenhuma ameia tem serventia
para além da tremura (prenúncio
de são remorso) da seta apontada.
Se não enjeitas o bicho caruncho
o basilar monstro alastrando
boca ao tentame
não condenes a rocha (tísica agora
mais tísica amanhã mais tísica).
Lembra só o sopro (nem tudo
te morreu) &Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-27523185069496048712010-06-07T21:37:00.000+01:002010-06-07T21:37:23.979+01:00dos barcos com remos como bocasÉ nesse lugar de comida e ácidos e naufrágios
que se experimentam as exactidões dos acúleos
das fardas de marinheiro cerceadas na cintura
dos barcos
esses hábitos de fazer monges sem mais serviço
nem graça que a do cilício de não se ter rosas
por flores favoritas nem oceanos cerebrais
com remos
de andar para a frente, que os há, só de andar
para a frente, para a frente, rente sempre
ao Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-17599156617942590812010-06-04T17:07:00.000+01:002010-06-04T17:07:29.858+01:00NatalícioÓ grande angústia, túmulo de cânceres,
às seis horas na axila dos pássaros:
quem me abrirá a infernal porta do além,
quando soar a hora em que do sangue
verei o universo menstruando Deus?
Tudo é passado no tombar do mármore.
Poema de Nauro Machado
in Antologia de Poesia Brasileira do Século XX-Dos Modernistas à Actualidade, Selecção, introdução e notas de Jorge Henrique Bastos, Edições Antígona,Ana Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-72243487062660691732010-06-01T12:55:00.002+01:002010-06-01T12:57:05.796+01:00No recorte lúcido das árvores
<!--
/* Font Definitions */
@font-face
{font-family:"Cambria Math";
panose-1:2 4 5 3 5 4 6 3 2 4;
mso-font-charset:0;
mso-generic-font-family:roman;
mso-font-pitch:variable;
mso-font-signature:-1610611985 1107304683 0 0 159 0;}
/* Style Definitions */
p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal
{mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
margin:0cmAna Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1592236154076214390.post-38417605060111822532010-05-28T15:49:00.003+01:002010-05-28T23:41:53.922+01:00FuturarSe na água lenta afundassem as mãos
se da água longa tivessem experiência
enxergariam o lodo - a placenta inventada
dos peixes, pois saberiam das violências
das coisas íntimas e aquela hora nímia
(não mais que elementar)
em que as correntes se fundem
confiaria presente e fala e milagre
às pontas dos dedos de mãos bastantes
para dizer: não esqueçamos, chove hoje
como quem crê.
* A primeiraAna Jerónimohttp://www.blogger.com/profile/12667825840678682282noreply@blogger.com0