No recorte lúcido das árvores

No recorte lúcido das árvores
aquelas aguarelas somos nós

saltimbancos aposentados
compondo o que sabemos:
não é muito

e é o bastante
para alguma coisa
correr mal.

(O mal corre. Mais que nós
que dos braços negamos
arbóreo o carácter.)

Daí que das tintas
nunca conhecemos
a leveza

e da nudez somos só
a silhueta plúmbea da viagem.

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