dos barcos com remos como bocas

É nesse lugar de comida e ácidos e naufrágios
que se experimentam as exactidões dos acúleos
das fardas de marinheiro cerceadas na cintura

dos barcos

esses hábitos de fazer monges sem mais serviço
nem graça que a do cilício de não se ter rosas
por flores favoritas nem oceanos cerebrais

com remos

de andar para a frente, que os há, só de andar
para a frente, para a frente, rente sempre
ao que de esperança há nas enzimas

como bocas

dentro das bocas, dentro das bocas dos estômagos
onde se reside - hóspede ou anfitrião - sorvido
consumido nas preces de inomináveis escatologias.

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