Deter da margem o afogamento das raízes
e na retina toda a água ser a temperatura
da chuva e nos músculos toda a força
ser a firmeza da árvore e no estômago
toda a vitória ser um fruto maduro
e não ser isto mais que o escoamento
de um homem tolhendo da ilusão
a leveza – espaço para crescer de braços.
E não ser isto mais que a precipitação
de um homem que num ciclo vê um cerco
e não ser isto mais que o avesso do fenómeno
que é um homem – espaço para crescer.
2 comentários:
a cada leitura este poema cresce dentro. a cada leitura se pode inspirar e o ar faz crescer os espaços de dentro mas é ao final da leitura o espanto- o poema não termina, fica suspenso ou nós suspendemos nele.
Olá, Adriane.
Obrigada por me dares a conhecer a tua leitura. E que leitura. Ainda bem que acontece essa suspensão, a falta de término. Era isso que queria. Era isso que, acho, o poema precisava.
Abraço
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